segunda-feira, 11 de abril de 2011

No avião

Todos me diziam, vai que vc conhece um gringo no avião, que se apaixone por vc e vc por ele, igual a fulana que casou com o italiano ... Eu até que gostaria que tivesse acontecido isso, mas não criei expectativas... E assim, entrei pela primeira vez sozinha, no avião. Comprei as passagens ida e volta antecipadas e claro, escolhi janelinha. O destino: Salvador, ou melhor, Carnaval, ou quem sabe, Fui-ali-ser-um-pouco-feliz-e-volto-em-uma-semana.
Que chato fazer o checkin, entrar no saguão, no ônibus e no avião, ao lado de um monte de gente e se sentindo mais sozinha que nunca. Minha poltrona não tinha fone de ouvido. E nem deu tempo de sentar e imaginar que um gatão lindo pudesse sentar ali e concretizar as profecias. Um casal antipático já sentou do meu lado. Eu na janela, do meu lado ela e por úlltimo ele. Ela nem olhou na minha cara, antipatica total, tb, pouco me lixei, aproveitei o tempo pra pensar nas coisas que me tinham acontecido. Desci sozinha em Salvador, com aquele frio na barriga e pensando, o que eu estou fazendo aqui? Minha amiga lá, me esperando... partimos no carro do seu namorado que eu acabei de conhecer. ... (os três pontinhos significa o tempo que passei por lá, que vou falar em outro post) ... Vôo de volta marcado para 4:00 da manhã. Lá vou eu, novamente sozinha, pego o táxi às 2:30 h da manhã (não dormi), cabeça looonge, já sentindo algumas mudanças. Espero o horário do meu vôo. Dou uma volta no aeroporto e não vi ninguém com uma cara amigável pra eu tentar passar o tempo conversando. Sentei na sala de embarque, sozinha, mais uma vez e olhando aquelas pessoas juntas conversando, grupo de amigos, casais, pessoas com mais idade e apenas uma moça tb sozinha, mas fechada. Eu me fechei tb. Entramos no avião por volta de 3:40 h ou seja, bem antes do hórário marcado. Procurei meu lugarzinho ao lado da janela e sentei. Aproveitei pra tentar dormir. Na poltrona do corredor estava um senhorzinho dormindo e o lugar do meio estava vago. Já estava quase na hora do vôo e o lugar continuava vago, e eu  pensei que assim fosse, não fiz o que costumo fazer que é imaginar quem poderia sentar ali, relaxei...e cochilei...e acordei!! Um rapaz, uii, lindo, uii de novo, gente o que era aquilo, tirando a mochila das costas e colocando no bagageiro, pensei, será que ele vai sentar aqui?? Sentou!! Oh gosh! E me abriu o sorriso mais lindo que já vi assim tão de perto. Já sentou e começou a falar, acho que sei mais da vida dele que da vida do meu ex (risos). Conversamos muito enquanto nosso vizinho de poltrona dormia.. Falamos sobre idade, sobre o carnaval, tudo... a cidade dele, a profissão... O nosso vizinho de traz insistia em manter a luz acesa para ler, luzinha essa que clareava a gente, conversavamos enquanto eu só pensava, que homem lindo, que braço lindo, que simpatia, que educação...E pensava tb, nem vai me dar bola né... mas era tanta simpatia que eu nem me fiz de dificil desta vez. Depois de muito tempo (ufa!) o infeliz do vizinho de trás apaga a bendita luzinha e, justo nessa hora o avião dá aquela balançada forte e eu já começo a pensar que estou ali morrendo, sozinha, sem ter tido a chance de dar sequer um beijinho naquela coisa mais linda... (HAHAH Mentira, só pensei na morte mesmo). Sou medrosa, e olhei p ele e disse, pensei que fossemos morrer agora. Ele respondeu, tá com medo? Pega na minha mão ( fogos de artificio, por favor!). Não, eu não peguei na mão dele, sorri meio tímida e só. Aquele escurinho, aquele sorriso, aquela noite, aquele avião... (Aaaahhh). Eu percebia o interesse dele, mas tinha duvida, então de repente ele me pergunta se eu conheço o beijo no sorriso (uhulllllll adoooooro). Pronto. Claro que eu não conheço o beijo no sorriso (namorei com o mesmo cara por anos e nem me lembrava o que era beijo), disse que não. Deixa eu te mostrar então, disse ele. (Dá pra imaginar como é um beijo no sorriso? Cara, é muito, muito... legal =0). De repente.... foi beijo no sorriso, beijo de cachorrinho e beijo de não sei o que mais e, quando vi já estavámos interagindo com o resto do corpo se é que me entende. Eu não conseguia (e nem queria) controlar aquelas mãos, aquele braço, aquela boca. Foi um deus-nos-acuda dentro daquele avião... depois de tanto beijo, de tanto rala e rola (siiiiim, dá pra se divertir naquela poltrona!), enfim, eu só pensava ( de novo) "o que que eu estou fazendo?"... e no mesmo instante, me vi fazendo carinho nos cabelos dele deitado no meu colo, tratando com carinho um estranho (eu, que mal conseguia beijar um cara na balada, meu ex que o diga como foi dificil ganhar meu primeiro carinho). Enfim, ele foi tão carinhoso, lindo, gostoso. Falou muitas coisas, entre elas, disse que viria a SP, ficar em um hotel, trancado comigo um final de semana inteiro, fantasiava as situações, fantasiava mesmo no aeroporto, tinha gente me esperando eu morrendo de vergonha, travei. Disse que não toparia mais nada. E ele fantasiava, dizia coisas ao meu ouvido (uuuiii). E acabou minha aventura, o tempo começou a voar mais rápido que a velocidade do avião. Descemos, de mãos dadas (que vergonha, entrei sozinha no avião e sai de lá como se namorasse o cara há décadas), cheio de chamego, querendo beijo, não me largava, mas de novo a vergonha me deixou fria, eu travei (de novo). Parecia que todo mundo havia visto o que aconteceu lá dentro. Trocamos telefone, ele nunca ligou e eu também não. Foi muito gostoso, mas eu não imaginei nem por um segundo que pudesse ser algo a mais do que aquilo que aconteceu lá. Nunca me senti tão satisfeita e tão segura do que queria. Ficou uma lembrança gostosa de um carnaval e de uma "Maaah" que eu nunca deixei despertar.

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