domingo, 11 de setembro de 2011

O balde cheio

Eu odeio chorar em público pq sei que muita gente se fortalece a partir da nossa fraqueza. Mas ai o meu balde tava enchendo todo dia um pouco mais e eu sempre segurei, sempre esperei até a noite pra chorar, sempre conseguir chegar até o banheiro mais próximo pra desabar sem que ninguém me visse, sem que ninguém soubesse da minha fraqueza, do meu balde quase cheio. Talvez por isso eu sinta tanta falta dele, pq ele foi o único que me via chorar, que eu me jogava, me deixava levar, sem medo, sem vergonha. Era pra ele que eu corria, que deitava no colo, que abraçava e falava um pouco do meu balde, mas agora, quase todo o conteúdo do balde era ele mesmo. Ontem eu não consegui segurar, não deu tempo de chegar no banheiro, não deu para esperar chegar no escuro do meu quarto e eu não tinha ele, meu balde transbordou ali mesmo, na frente de todo mundo e doeu, como doeu e era culpa dele, dele também. E eu fiquei triste, eu queria morrer, eu sofri, eu tô sofrendo de novo, tô triste pq não aceito a decepção mais uma vez de vc, não consigo aceitar que vc não tenha caráter, não consigo aceitar que vc ainda engana, que vc não tem jeito, que vc mente e que eu te amo ainda apesar de. Então eu choro mais, eu chorei e todo mundo viu, todo mundo queria saber da minha dor, mas ninguem queria ou podia me ajudar, só queria saber. E como eu disse, tem gente que se fortalece a partir de nossa fraqueza, e foi assim, vi gente feliz pelo balde ter transbordado, vi gente feliz pq eu não tava bem e, pior, essa gente era quem tava do meu lado.

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